O bairro de Guaianazes, na Zona Leste da capital de São Paulo, passou a sediar a primeira biblioteca feminista pública do Brasil, inspirada na biblioteca feminista de Paris. Na verdade, a versão brasileira se trata de um espaço revitalizado na Biblioteca Cora Coralina, que agora conta com mais de mil exemplares de livros e publicações relacionadas com a temática do movimento de luta pelo empoderamento feminino. Da mesma forma que na versão francesa, aqui no Brasil o acervo foi doado praticamente todo por entidades ligadas aos direitos das mulheres ou por próprias ativistas, que já lutavam por um espaço neste modelo no país.

1. Dicionário Mulheres do Brasil


Fruto de três anos de pesquisa, o Dicionário Mulheres do Brasil é uma obra coletiva organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil. São aproximadamente 900 verbetes, 270 ilustrações e índice cronológico que resgatam 500 anos de luta feminina e conquista de direitos. Várias mulheres são reconhecidas por seu papel na sociedade e entre os nomes estão Abigail Andrade, Bertha Lutz, Clarice Lispector, Escrava Anastácia, Princesa Leopoldina e Zuzu Angel, além das várias outras que estiveram por trás dos panos da história.

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2. O Segundo Sexo


O livro de Simone de Beauvoir, publicado em 1949, é ainda hoje considerado uma das produções mais importantes e influenciadoras para o movimento feminista moderno. Em O Segundo Sexo, dividido no Brasil em duas edições, Beauvoir faz uma análise da mulher na sociedade, passando pela reflexão sobre os mitos e fatos responsáveis pelo condicionamento da mulher na sociedade e abordando ainda as esferas sexual, psicológica, social e política da condição feminina.

3. Mulheres Públicas


De Michelle Perrot, o livro Mulheres Públicas discute o lugar das mulheres no espaço público. Perrot passeia por cinco grandes temas: imagens, palavras, lugares, frentes de luta e resistências na obra e, consequentemente são abordadas as fronteiras entre o público e o privado, os homens e as mulheres, o político e o pessoal. A ideia do livro é, quebrando essas fronteiras, questionar qual será a paisagem do nosso século e qual o motivo de mulheres ainda encontrarem resistência nos campos militar, político e religioso, apesar de já terem avançado na igualdade civil, na instrução, no salariado e nos esportes de alto nível.

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4. Mulheres Negras do Brasil


Assim como o Dicionário de Mulheres no BrasilMulheres Negras do Brasil também foi organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil. A premissa para desenvolvimento da obra foi o fato de ambos organizadores sentirem uma deficiência forte de referências e informações detalhadas sobre as mulheres negras em nossos currículos escolares, museus, livros didáticos e narrativas oficiais. O livro traz a história das mulheres negras brasileiras, desde o momento em que chegaram ao país até hoje em dia. Além disso, a ideia é fomentar a reconstrução de um olhar mais crítico sobre o passado. O livro traz à luz as contribuições delas para a formação de nossa identidade e foca em superação da invisibilidade das mulheres negras.

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5.  A Dominação Masculina


Pierre Bourdieu, no livro A Dominação Masculina, reforça a necessidade de uma ação coletiva de resistência feminina que seja capaz de impor necessárias reformas jurídicas e políticas que alterem o estado da relação de forças, nos campos material e simbólico, entre os sexos. Ele fala um pouco sobre como a estrutura de dominação se estabelece, se naturaliza e acaba se perpetuando.

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