13/01/2017 | Fonte: ONU Brasil

Banco Mundial: economia global deve crescer 2,7% em 2017, leve avanço frente a 2016

Banco Mundial: economia global deve crescer 2,7% em 2017, leve avanço frente a 2016
Foto: USP Imagens/ Marcos Santos

O crescimento econômico global deverá acelerar moderadamente para 2,7% em 2017 — frente a estimados 2,3% em 2016 — à medida que diminuem os obstáculos à atividade dos países emergentes exportadores de matérias-primas e continua a sólida demanda doméstica das economias desenvolvidas importadoras. A conclusão é do novo relatório do Banco Mundial “Perspectivas Econômicas Globais”, publicado na terça-feira (10).

O crescimento nas economias avançadas será de 1,8% em 2017, frente a 1,6% no ano passado, segundo o documento. O estímulo fiscal nas economias desenvolvidas — especialmente nos Estados Unidos – poderá gerar um crescimento doméstico e global mais rápido do que o projetado, embora o aumento do protecionismo no comércio possa ter efeitos negativos, disse a instituição.

O avanço nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento deverá acelerar para 4,2% este ano em comparação com 3,4% no ano passado, em meio a um modesto aumento do preço dos produtos básicos. Para o Brasil, a projeção é de leve avanço de 0,5%, frente a uma queda de 3,4% esperada para 2016.

A perspectiva de crescimento global é, no entanto, contida pela incerteza em relação às políticas econômicas das principais economias mundiais. Um período prolongado de incerteza poderá estender a lentidão do ritmo de crescimento, que traz dificuldades para os países de baixa, média e alta renda.

“Após anos de crescimento global desapontador, estamos encorajados diante de perspectivas econômicas mais sólidas no horizonte”, afirmou Jim Yong Kim, presidente do Grupo Banco Mundial.

“Agora é o momento de tirarmos proveito deste impulso e aumentar os investimentos na infraestrutura e nas pessoas. Isso é vital para acelerar o crescimento econômico sustentável e inclusivo, necessário para erradicar a pobreza extrema.”

O relatório analisa o recente enfraquecimento do ritmo do investimento nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, responsáveis por um terço do PIB global e por três quartos da população mundial e mais pobre do mundo.

No tocante às economias avançadas, o crescimento nos Estados Unidos deverá acelerar-se a 2,2% à medida que o aumento das manufaturas e do investimento ganhar impulso após um 2016 fraco. O relatório examina como o estímulo fiscal proposto e outras iniciativas de políticas nos EUA podem influenciar a economia global.

Perspectiva Regional

Leste Asiático e Pacífico: Segundo previsto, o crescimento na região do Leste Asiático e Pacífico deverá desacelerar para 6,2% em 2017 à medida que o crescimento na China for compensado pela aceleração no restante da região. Prevê-se que o crescimento da produção chinesa desacelere para 6,5% no ano. As políticas macroeconômicas deverão apoiar a demanda doméstica diante de uma demanda externa moderada, investimento privado fraco e sobrecapacidade em alguns setores. Com exclusão da China, o crescimento na região deverá avançar a um ritmo de 5% em 2017.

Europa e Ásia Central: De acordo com as projeções, o crescimento na região deverá atingir 2,4% em 2017, impulsionado por uma recuperação das economias de exportação de produtos básicos e da Turquia. A previsão depende da retomada dos preços das matérias-primas e da redução da incerteza política. A Rússia deverá crescer a um ritmo de 1,5% no ano, à medida que for concluído o reajuste ao preço mais baixo do petróleo. O Azerbaijão deverá expandir-se a 1,2% e o Cazaquistão 2,2%, à medida que se estabilizarem os preços dos produtos básicos e diminuírem os desequilíbrios econômicos. Segundo as projeções, a Ucrânia deverá ter uma taxa de crescimento de 2%.

América Latina e Caribe: Projeta-se expansão de 1,2% para a região em 2017, frente a uma queda de 1,4% prevista para o ano passado. A expectativa é de que haja um enfraquecimento do investimento no México, diante das incertezas políticas nos Estados Unidos, o que resultará este ano em uma modesta desaceleração do crescimento desse país para 1,8%. A redução da consolidação fiscal e o fortalecimento dos investimentos deverão apoiar o crescimento na Argentina, que em 2017 deverá caminhar a um ritmo de 2,7%, ao passo que, segundo as previsões, a Venezuela continuará a sofrer graves desequilíbrios econômicos, com queda de 4,3%. No Caribe, o crescimento deverá ser amplamente estável em 3,1%.

Oriente Médio e Norte da África: Projeta-se o crescimento de 3,1% para a região este ano, frente a 2,7% em 2016. Os importadores de petróleo deverão registrar os ganhos mais acentuados. A Arábia Saudita deverá ter avanço de 1,6% em 2017, enquanto os ganhos contínuos na produção de petróleo e a expansão do investimento estrangeiro deverão impulsionar o crescimento do Irã a 5,2%. Esta previsão baseia-se no aumento previsto do preço do petróleo a uma média de US$55 por barril este ano.

Sul da Ásia: O crescimento nesta região deverá acelerar-se modestamente a 7,1% em 2017 com o apoio contínuo do crescimento sólido da Índia. Excluindo-se esse país, o avanço seria de 5,5%, impulsionado por um consumo robusto tanto público como privado, investimentos em infraestrutura e recuperação do investimento privado. A Índia deverá atingir uma taxa de crescimento de 7,5% no exercício financeiro de 2018, à medida que as reformas diminuírem os obstáculos ao suprimento doméstico e houver aumento da produtividade. Segundo as previsões, no exercício financeiro de 2018, o Paquistão deverá acelerar a uma taxa de 5,5%, refletindo melhoras na agricultura e nos gastos com a infraestrutura.

África Subsaariana: O crescimento da África Subsaariana deverá ter uma aceleração modesta de 2,9% à medida que a região continua a se ajustar a preços mais baixos das matérias-primas. A previsão é de crescimento mais fraco na África do Sul, enquanto o avanço deverá continuar robusto em economias sem uso intensivo de recursos naturais. O crescimento na África do Sul deverá atingir 1,1% neste ano. Segundo as previsões, a Nigéria deverá se recuperar da recessão e crescer a uma taxa de 1,1% neste ano, enquanto Angola deverá se expandir a um ritmo de 1,2%.

Clique aqui para ler o relatório completo (em inglês).

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