16/02/2017 | Fonte: ONU Brasil

Cooperação pode ajudar países da América Latina a eliminar substâncias cancerígenas do setor elétrico

Cooperação pode ajudar países da América Latina a eliminar substâncias cancerígenas do setor elétrico
Foto: Flickr (CC)/David Lenker

Em encontro de especialistas da América Latina e Caribe sobre a gestão de substâncias tóxicas na indústria, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ressaltou o papel da cooperação para eliminar na região o uso das bifenilas policloradas, um composto cancerígeno presente no setor elétrico. Evento contou com a participação de cerca de 50 pesquisadores, que se reuniram em Brasília nos dias 9 e 10.

“O Brasil, assim como os demais países aqui, é signatário da Convenção de Estocolmo, que tem como meta eliminar o uso de PCB (as bifenilas policloradas) até 2025 e garantir sua disposição final adequada até 2028”, explicou o representante do Ministério do Meio Ambiente, Alberto da Rocha Neto, durante a Conferência Regional sobre Gestão de PCBs.

Rocha Neto é coordenador de um projeto da pasta federal voltado para o manejo de resíduos deixados pela utilização dessas substâncias. A iniciativa conta com a parceria do PNUD.

A oficial da unidade de desenvolvimento sustentável da agência da ONU, Rose Diegues, afirmou que o programa está na sua reta final e que já há dados coletados para análise. “Com esses dados, saberemos se temos um plano adequado para a gestão de PCB no Brasil ou se precisaremos realizar modificações para que ele se adeque à necessidade do setor”, explicou a especialista.

Na conferência, foram apresentados dados de outrass nações latino-americanas sobre suas estratégias de gestão e eliminação dos compostos tóxicos. “Queremos formar laços para compartilhar conhecimentos”, afirmou o assessor regional de químicos do escritório regional do PNUD para a América Latina e o Caribe, Carlos Andres Hernandez.

“Reuniões regionais também são importantes para sabermos o que ainda está por vir. Os países estão em diferentes fases de implementação dos projetos de PCBs e, quando um país que está em uma etapa mais avançada compartilha suas experiências com outros que ainda estão iniciando, há um grande ganho para toda a região”, acrescentou Hernandez.

Iniciativa brasileira

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e o PNUD desenvolvem o Projeto de estabelecimento da gestão de resíduos de PCB e sistema de disposição. Financiada com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), a iniciativa quer garantir que o país abandone a utilização das substâncias ao longo dos próximos oito anos.

“Como ações do projeto brasileiro, destacam-se o desenvolvimento de guias e manuais para inventário nacional de PCB e manuais de gerenciamento de resíduos de PCBs, a capacitação de mais de 600 técnicos de órgãos públicos e empresas que possuem PCBs, e a investigação de uma área contaminada por PCB, que auxiliou na capacitação do setor elétrico para gerenciar áreas contaminadas”, disse Rocha Neto.

A coordenadora técnica do PNUD, Lorenza Alberici da Silva, lembrou que também foram realizados três projetos demonstrativos com companhias elétricas do Norte, Nordeste e Sul do país. “Como próximos passos, pretendemos realizar mais três projetos-piloto focando não apenas no setor elétrico, mas em quaisquer empresas que utilizem equipamentos contaminados por PCBs”, afirmou a funcionária da agência da ONU.

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