05/06/2017 | Fonte: Marcela Lemos, UOL.

Homicídios cresceram 22,7% em dez anos no país, aponta Atlas da Violência.

Homicídios cresceram 22,7% em dez anos no país, aponta Atlas da Violência.
Foto: Silvia Izquierdo l AP Photo

O número de homicídios no Brasil subiu 22,7% no período de 2005 a 2015, segundo Atlas da Violência 2017 divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Foram 59.080 casos registrados há dois anos contra 48.136 em 2005. A publicação analisa dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, que traz informações até ano de 2015.

Os Estados que registraram maior aumento no número de assassinatos estão no Nordeste e Norte do país: Rio Grande do Norte (280%), Sergipe (167,6%) e Tocantins (164,7%) e Maranhão (160,7%).

Entre os 27 Estados, além do Distrito Federal, apenas cinco registraram redução nos índices no mesmo período -- Espírito Santo (-9,5%), Paraná (-1,4%), Pernambuco (-11,2%), Rio de Janeiro (-31,6%) e São Paulo (-38,8%).

Armas de fogo foram responsáveis por 71,9% dos homicídios no país.

Jovens são 48% das vítimas

Homens, negros, jovens e com baixa escolaridade são as principais vítimas. Os assassinatos representam hoje quase a metade (47,8%) das causas de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil, e a taxa de homicídios por 100 mil pessoas nessa faixa etária cresceu 17,2% entre 2005 e 2015 após ter começado a apresentar sinais de estagnação na década passada.

De acordo com o atlas, em 2015, aconteceram 31.264 homicídios de jovens no Brasil --esse é o fator preponderante para as mortes desse público ante outras causas como acidentes de trânsito e doenças em geral.

Os pesquisadores destacam que até a década passada parecia que essa tendência de vitimização juvenil vinha perdendo força, já que entre 2000 e 2010 o incremento na taxa de mortes havia sido de 2,5%, ante 20,3% nos anos 1990 e 89,9% em 1980.

Vulnerabilidade social, explicitada também pelas deficiências na educação básica, ajudam a entender o cenário, dizem os pesquisadores. "Não se investe adequadamente na educação infantil (a fase mais importante do desenvolvimento humano). Relega-se à criança e ao jovem em condição de vulnerabilidade social um processo de crescimento pessoal sem a devida supervisão e orientação e uma escola de má qualidade, que não diz respeito aos interesses e valores desses indivíduos", afirmam.

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