22/09/2017 | Fonte: Deydjan Dias | Portal ODM

Vida marinha é ameaçada por poluição

Se no futuro não houverem mudanças, a quantidade de resíduos no oceano pode ser maior que a quantidade de peixes, alerta Funverde.

Foto: Diário de Pernambuco

Os mares e oceanos representam 71% da superfície da terra (equivalente à 360 milhões de km²).  No Brasil, cerca de 6,4 milhões de toneladas de lixo são jogados no mar anualmente. De acordo com a Funverde, cada pessoa utiliza, em média, 60 quilos de plástico por ano.

Um dos materiais que, se descartados de forma incorreta, mais impactam a vida marinha é o plástico. O vidro demora 4 mil anos para decomposição enquanto o plástico demora 450 anos; outra diferença, é que o vidro é 100% reciclável e o plástico, como é feito de derivados do petróleo, pode não se renovar. A Ocean Conservancy (2015), alerta que 30 garrafas de plástico equivale à apenas uma garrafa de vidro. Mesmo com essas informações, encontra-se a cada quilômetro quadrado mais de 13 mil pedaços de plástico poluindo os oceanos.

30 garrafas de plástico equivale à apenas uma garrafa de vidro. Ocean Conservancy (2015)

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), desde 1950, foram produzidos no mundo 8,3 bilhões de toneladas de plástico. Em 1950, a produção era de 2 toneladas, passando para 448 milhões de toneladas de plástico em 2015.

Diante disso, a vida marinha fica em jogo, muitas espécies ingerem esses resíduos e morrem principalmente por asfixia. O Projeto TAMAR (2011) explica que 6 a cada 7 espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas por serem mais propensas a ingerir os resíduos, devido aos seus hábitos alimentares.

A FUNVERDE alerta: “se no futuro não houverem mudanças nessas questões, a quantidade de resíduos e plástico no oceano pode ser maior que a quantidade de peixes”.

Em 1950, a produção era de 2 toneladas de plástico, passando para 448 milhões de toneladas em 2015. (UICN)

O aumento das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) impacta diretamente nos mares e oceanos, pois pode causar a acidificação (aumento do gás carbônico atmosférico, que se dissolve na água, alterando o seu equilíbrio químico) e na menor concentração de oxigênio na água e deixam os oceanos mais quentes.

O fato de mais da metade da população brasileira morar a beira dos oceanos influencia em um aumento do nível do mar diante dessas alterações de temperatura. Essa alteração, mostra que o oceano está em busca de equilíbrio térmico, trocando mais energia com a atmosfera. O fenômeno marca as regiões, fazendo com que chova mais onde já chovia, ou que não chova onde já havia seca. Em entrevista à Revista do Clima (VOL2), o especialista Moacyr Araújo afirma que no Brasil esse assunto é pouco estudado, e ainda há muito para se fazer.

Foto: Wallpapers13

Boas Práticas

Alguns programas, institutos e pessoas vem trabalhando para ajudar de alguma forma essa causa. O ambiente marinho pode ser ajudado de diversos modos. Temos o exemplo do Grupo Pão de Açúcar. Desde 1955, o grupo desenvolveu um programa, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o intuito de ajudar os estados a cumprirem suas obrigações de preservação e proteção ao ambiente marinho.

Escolar Amigos do Mar, é outro programa, mas, este tem o intuito de aplicar temas relacionados à limpeza dos oceanos nas escolas, com atividades ou concursos culturais em muitos estados brasileiros. O Amigos do Mar é uma parceria do Projeto Tamar com o Instituto Arcor.

Leia também: Municípios brasileiros ainda destinam seus resíduos de maneira imprópria.

A Organização das Nações Unidas (ONU), sempre promove ações relacionadas à vida marinha (ODS14). Celebrou o Dia Internacional de Limpeza de Praias, promovendo a campanha Semana Mares Limpos. A semana vai até dia 24 de setembro, e tem o intuito de oferecer ações voluntárias sobre limpeza de praias e outros locais em 11 estados brasileiros. Mais de 60 grupos estão disponibilizando essas ações, além, de fornecer materiais que informam e conscientizam a população sobre o tema.

Outro exemplo inspirador é do norueguês Kjell Inge Røkke. A revista thegreenestpost revela que ele decidiu investir na construção do maior iate do mundo para recolher dos mares cerca de 5 toneladas de resíduos plásticos ao dia. Ele afirma fará isso como ato de retribuição ao mar, por todo bem que ele lhe fez quando foi pescador.

E, eu? Como posso ajudar? Um pequeno passo seria evitar o consumo de alimentos com embalagens de plástico e praticar a reciclagem dos resíduos também são boas práticas e estão ao alcance de todos. Pratique!

Veja o percentual de habitantes do seu estado que possuem acesso no Portal Longevidade & Produtividade.

 

Referências: Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil (2012Funverde UICN Projeto TAMAR 2011 Revista do Clima (VOL2) thegreenestpost

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