22/09/2017 | Fonte: Deydjan Dias | Portal ODM

Quinta edição do Open Fórum Trânsito e Transformação aconteceu na última terça (19)

O evento já dura 5 anos, com intenção de promover reflexão sobre a segurança viária e a mobilidade urbana no Brasil.

Foto: Deydjan Dias

Aconteceu no último dia 19, no Campus da Indústria em Curitiba, o V Open Fórum Trânsito e Transformação. O evento foi promovido pelo Sistema Fiep, por meio do Centro Internacional de Formação de Atores Locais para América Latina (CIFAL Curitiba), o Instituto Renault e a Concessionária Ecovia Caminho do Mar S/A (ECOVIA).

Com intenção de promover reflexão sobre a segurança viária e a mobilidade urbana no Brasil, a quinta edição do evento contou com os palestrantes Caíque Ferreira, Vice-Diretor e Diretor de Comunicação do Instituto Renault, Leonardo Pedreira, Representante do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito e Hugo Rezende, Representante do Programa Vida no Trânsito. O debate foi mediado pela jornalista Mira Graçano.

O evento iniciou dando enfoque aos cinco anos de parceria do Sistema FIEP com os grupos Renault e Ecovia. A grande relevância e importância do tema na vida dos brasileiros, segundo Silvia Barcik, Diretora do Instituto Renault, tornou do evento uma tradição no Estado do Paraná, graças às transformações que o mesmo traz, sensibilizando a população para que ocorram mudanças no trânsito. “A persistência da nossa parceria de cinco anos, condiz com a importância que essas organizações parceiras dão para a vida, para a segurança, e para as cidades”, afirma Maria Cristhina Rocha, Assessora de Projetos Estratégicos do Sistema Fiep.

“A segurança viária aumentará dependendo de três fatores: da situação das vias, manutenção do veículo e o fator humano”, afirma Caíque. Ele defende o bom uso da tecnologia no trânsito. De acordo com Caíque, veículos conectados são uma maneira de fazer um uso consciente da tecnologia e estão cada vez mais comuns. O ato de conectar o celular ao veículo por bluetooth, é um exemplo de tecnologia e segurança, que evita o ato de tirar as mãos do volante para atender o telefone. No caso de mensagens, também pode-se ativar o comando de voz, explica. Outros exemplos são os air bags, cintos de segurança, freios abs e outras diversas tecnologias usadas para ajudar a segurança viária.

“Tecnologia é bom, nós precisamos dela, é irreversível, e só tende à aumentar, então, como usar de maneira que só nos beneficie e não nos prejudique? Essa é a pergunta que precisamos nos fazer todos os dias”, afirma Mira Graçano.

Também compareceu ao evento Leonardo Pedreira, representante do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, criado em 2016. Focado no estado de São Paulo, o projeto possui 5 frentes de atuação: dados, rodovias, comunicação, engajamento e o trabalho junto aos municípios.  A meta do grupo é a mesma meta estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU), reduzir em 50% o número de óbitos no trânsito, porém, eles pretendem atingir esse resultado em até 5 anos. Leonardo afirma que já houve uma diminuição relevante de óbitos desde o lançamento do Movimento.

O Movimento se fortalece junto à iniciativa privada, sociedade civil e também outros atores sociais envolvidos com segurança viária. Diante dos levantamentos, a cada 1 habitante morto por homicídio, 2 morrem por acidente de trânsito em São Paulo. No estado, o trânsito é a principal causa de morte externa em todas as faixas etárias, só em 2016, houve 5.727 óbitos, segundo Leonardo. O Movimento Segurança no Trânsito trabalha dentro da secretaria de governo, mas também, possui vários patrocínios, além de ter o apoio da iniciativa privada.

Foto: Deydjan Dias

Hugo Rezende também esteve presente, porém, como representante do Programa Vida no Trânsito, iniciado no estado do Paraná, nos municípios de São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu. Estimulado pelo governo federal e lançado em 2011, o programa tem o intuito de levar aos municípios formas de induzir um menor número de mortes no trânsito. Segundo pesquisas, Hugo destaca, o excesso de velocidade e álcool são os principais motivos das mortes viárias.

Em uma pesquisa feita pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI), o representante Emerson Leão mostrou um resultado preliminar, mostrando números de óbitos por distração no trânsito pelo uso do celular. “Tivemos mais de 33 mil mortes no país no ano de 2016, ou seja, é o equivalente à um avião com cerca de 90 ocupantes por dia. São números preocupantes”, afirma.

De 1000 acidentes 78% a causa está com o fator humano. Analisando hoje, o uso do celular na direção é o fator mais atrativo. Diante desses dados, o evento fez uma pesquisa com os convidados presentes para que respondessem a seguinte pergunta: “O que justifica o uso do celular enquanto dirige?”. Os resultados foram interessantes, em primeiro lugar ficou a utilização do GPS (59,1%), em segundo lugar, o carro possui viva voz (34,1%), e em terceiro o fato de ter um familiar doente e precisar ficar atento (6,8%).

Foto: Deydjan Dias

Com intenção de contribuir com soluções para promover a segurança viária e a mobilidade urbana, o evento contou também com uma feira de ideias, tendo como participantes jovens estudantes e pesquisadores da UTFPR, PUC, UFPR e do Colégio Sesi. A I Feira de Ideias - Soluções em Mobilidade e Segurança Viária premiou a melhor proposta, de acordo com Comissão de Avaliação de professores, com o apoio dos participantes do Open Fórum. A proposta ganhadora foi desenvolvida por jovens da UFPR com o projeto “Caminhos Para o Futuro”. O projeto visa promover a educação em segurança viária nas escolas como método fundamental para mudar a relação entre o trânsito e seus usuários.

A mediadora do evento Mira Graçano, jornalista, coach com formação em análise transacional, em depoimento ao Cifal revelou esperar que os participantes contribuam para sensibilizar um número maior de pessoas sobre o uso do celular no trânsito, porém para que essa realidade mude, o país precisa trabalhar com políticas públicas mais efetivas. “É fundamental que os municípios se envolvam, passando para os bairros, para os moradores, para as famílias e assim por diante. Tecnologia é bom, nós precisamos dela, é irreversível, e só tende à aumentar, então, como usar de maneira que só nos beneficie e não nos prejudique? Essa é a pergunta que precisamos nos fazer todos os dias” finaliza.

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